A mãe pede por férias. Sozinha. Todo dia, no fim do dia, depois de colocar as crianças na cama, ela se imagina sozinha num lugar silencioso e sem crianças.
Aí ela passa um dia sem um dos filhos e percebe que não dá mais. O caos tem cheiro e sabor de amor e não dá mais para viver sem ele.
É, filha. Hoje fomos só eu e você.
Não teve som de guitarra, de ukulele, de violão ou cantoria no microfone.
Não teve beijo dele de boa noite no alto da sua cabeça depois de rezar do seu lado no escuro do quarto.
Não teve “calma, Juju, a mamãe já vem”. Tampouco “a minha banheira é com espuma” e “conta uma história?”.
Não tive que dividir a atenção, mas meu coração passou o dia com um vazio imensurável hoje.
Sem seu irmão, minha filha, essa casa aqui é silenciosa demais, calma demais, vazia demais. Alguém me devolve meu barulhento preferido?