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Vamos curtir preguiça?” Essa é nossa frase-chave para passar uns minutos juntos, debaixo da coberta, conversando, rindo, brincando e repetindo “te amo” com mil beijos.

Eu não lembro quando começou. Mas é um ritual dos fins de semana que, às vezes, repetimos também entre segunda e sexta. Dessa vez recebemos uma convidada especial.

Eu amo rituais. Temos para quase tudo aqui nessa casa. Ritual de saída e chegada da escola, ritual para banho, para dormir, para comer juntos, para escovar os dentes.

Esse último, no horário do almoço, é até engraçado. Envolve corrida e quem chega primeiro escolhe a cor do fio dental.

Mas o meu preferido é o ritual de acordar. O bom dia, o abraço, o beijo, a decisão sobre levantar rápido ou curtir preguiça, a troca de roupa, a mamadeira, o bom dia da irmã, novos beijos. Nossas cachorrinhas entrando e saindo dos quartos pra checar se já estamos de pé.

Ritualizar, aprendi recentemente, torna tudo mais simples para as crianças e é o que nos faz lembrar, anos depois, com aquele quentinho no peito, alguma coisa que fazíamos quando pequenos.

Eu lembro com tanta saudade dos meus rituais de saída da escola com meu avô. Ele provavelmente nem sabia que da forma que fazia tornava um ritual. Mas era incrível.

Ele sentava no banco, eu jogava queimada. Depois, íamos juntos comer espetinho e conversar até minha mãe me buscar. Pronto. Ficou na memória.

Ritual. Saudade. Amor. Experimente, vale a pena.